Era uma vez um bule e três chávenas, que
moravam na Aldeia das Chávenas em Paris, com outras chávenas e bules. O bule
entornava sempre o chá, por isso chamava-se “Desastrado”. A chávena mais velha,
que não gostava do bule, chamava-se “Irritada”, pois estava sempre zangada. A
chávena mais nova chamava-se “Admirada”, porque ficava surpreendida com as
ações da chávena mais velha. E a outra chávena chamava-se “Apanhada”, porque
sempre que o Desastrado entornava o chá ela era apanhada de surpresa.
A Aldeia das Chávenas era um sítio grande,
engraçado, divertido, largo, bonito, com parques para as chávenas e bules bebés
brincarem, muitas casas, espaços grandes, para os bules tereem espaço para
passar, e muitas árvores que os bules-jardineiros cultivavam.
O Desastrado podia ser desastrado, mas era
simpático, bem educado, amarelo, bonito, querido, envergonhado, tímido e tinha
um coração de ouro, gostava muito dos amigos, especialmente das três chávenas.
A Admirada também era querida, gostava muito dos amigos, era simpática, fiel,
amarela, bonita, mas não falava sobre os seus problemas. A Irritada estava
sempre zangada com o Desastrado, porque ele entornava o chá. Ela era amarela,
por vezes mal educada, mas todos sabiam que ela era muito amiga do Desastrado.
A Apanhada não gostava nada quando o Desastrado entornava chá para cima dela, mas
como ela era querida, não se importava muito com isso. Ela era amarela,
querida, simpática e gostava dos amigos.
Certo dia, o Rei reuniu todas as chávenas e
avisou:
-Minhas queridas chávenas, os humanos andam à
solta, não saiam da aldeia, senão os humanos vão fazer de vocês escravos!
O Desastrado, a Irritada, a Admirada e a
Apanhada não deram muita importância ao que o Rei disse e, certo dia, sem
ninguém ver, saíram da aldeia e foram aventurar-se pelo mundo dos humanos; começaram a andar, até que chegaram a uma estrada com muitos carros.
-E agora? O que fazemos?- perguntou a
Admirada.
-Não é lógico?- respondeu a Irritada- Vamos
atravessá-la.
-Mas estão muitos carros- reclamou a
Admirada.
-Então vamos devagar- respondeu o Desastrado.
E lá conseguiram atravessar a estrada, até
chegarem à Torre Eiffel.
Como estava a escurecer, o Desastrado disse:
-Acho que vamos passar aqui a noite.
-Sim! Concordo!- respondeu a
Apanhada cheia de sono.
Quando subiram, instaram-se
num sítio confortável e adormeceram.
No dia seguinte continuaram
a andar e a andar até encontrarem um palácio, onde estava a ocorrer uma festa
de noivado. De repente, a porta abriu-se e de lá saiu um empregado que disse a
outro empregado:
-Aqui estão as chávenas,
enche o bule com chá e leva para a mesa.
Assim, o outro empregado
pegou no bule, encheu-o com chá e levou-o para a mesa, juntamente com as três
chávenas. Na mesa também havia mais chávenas e mais bules.
-Olha, o Desastrado! É tão
desastrado como uma porta! Ah Ah Ah!- gozou um bule.
-Não sou não!- respondeu o
Desastrado com lágrimas nos olhos.
-Não lhes ligues- respondeu
a Admirada ao Desastrado.
A Irritada ao ouvir a música
da festa, começou a dançar e sem querer empurou o Desastrado. O Desastrado não
se conseguiu equilibrar, por isso entornou o chá para cima da Apanhada.
Todas as chávenas começaram
a rir:
-Ah! Ah! Ah!
O Desastrado, desfeito em
lágrimas, foi para um canto.
-Desastrado, não lhes ligues,
eles são parvos- disse a Admirada para consolá-lo.
-Eles não param de gozar
comigo- respondeu o Desastrado.
-Nós estamos aqui contigo,
não fiques triste-responderam a Admirada, a Apanhada e a Irritada.
-Ok!- respondeu o Desastrado, mais animado.
Depois de acalmar o
Desastrado, a Admirada perguntou:
-Quem quer brincar às
escondidas?
-Nós!!!- responderam todos
em coro.
Lição
de Moral: Devemos ajudar e compreender os nossos amigos em todos os
momentos, sejam momentos difíceis ou fáceis.
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