Palavras Entressonhadas

segunda-feira, 10 de março de 2008

O CARNAVAL

São várias as versões sobre a origem da palavra "CARNAVAL". No dialeto milanês "CARNEVALE" quer dizer: "o tempo em que se tira o uso da carne", pois o CARNAVAL é propriamente a noite anterior à quarta-feira de cinzas.

O SIGNIFICADO DO CARNAVAL

É A MAIOR MANIFESTAÇÃO DE CULTURA POPULAR DO BRASIL, ao lado do futebol. Na sua origem, o CARNAVAL surge como uma festa de rua. Porém, na maioria das grandes capitais, acabou sendo concentrado em recintos fechados, como os sambódromos e os clubes. Para muitos, a festa é apenas um show de televisão.

ACONTECEU NO IMPÉRIO ROMANO

A origem do CARNAVAL vem de uma manifestação popular anterior à era cristã, tendo começado na Itália com o nome de "SATURNÁLIAS", festa em homenagem a Saturno. As divindades da mitologia greco-romana, BACO e MOMO, dividiam as honras nos festejos, que aconteciam nos meses de Novembro e Dezembro.
Durante as comemorações, em Roma, acontecia uma aparente quebra de hierarquia da sociedade, já que escravos, filósofos e tribunos se misturavam em praça pública.
Com Júlio César, na expansão do Império Romano, as festas tornaram-se mais animadas e frequentes, principalmente quando o imperador retornou do Egipto.
NA ERA CRISTÃ

No início da era cristã começaram a surgir os primeiros sinais de censura aos festejos . Querendo impor uma política de austeridade, a Igreja determinava que esses festejos só deveriam ser realizados antes da QUARESMA.

EM PORTUGAL

A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI recebendo o nome de "ENTRUDO", isto é, introdução à QUARESMA, através de uma brincadeira agressiva e pesada.

O ENTRUDO

O evento tinha uma característica essencialmente gastronómica e era marcado por um divertimento, entremeado com alguma violência. Fazia-se esferas de cera bem finas com o interior cheio de água-de-cheiro e depois atirava-se às pessoas. Os mais ousados, no entanto, começaram a injectar no interior das "laranjinhas" ou "limões-de-cheiro" substâncias mal cheirosas e impróprias e a festa foi perdendo a sua alegria. Foi exactamente esse ENTRUDO violento que aportou no Brasil.

O PERIGO

Na época havia o "perigo" do homem formado e do negociante serem vistos mascarados e, em razão disso, as casas de fantasias e cabeleireiros como os famosos "PINELLI" e "BALALAIA" mantinham especialistas em disfarces, com maquilhagem e máscaras.
O CARNAVAL NOS BAIRROS

Como os bailes carnavalescos não estavam ao alcance de todos, nem de acordo com a moral de muitos, era necessário estimular a sua ida para a rua. Várias comissões passaram a ser nomeadas pelo chefe de polícia e a comissão central juntamente com diversas outras comissões paroquianas, que distribuíam máscaras, facilitavam a aquisição de outros adereços, bem como a providência de banda de música para quem quisesse brincar o CARNAVAL. Os comerciantes logo aderiram à ideia de olho no melhor facturamento, e começaram a adoptar o CARNAVAL em substituição ao ENTRUDO.

ORGANIZAÇÃO E COMPETIÇÃO

Nos clubes e teatros foram surgindo competições entre os grupos e famílias que ostentavam roupas e jóias para mostrar quais as associações e as entidades que eram mais elegantes e finas. O pioneiro Teatro São João passou a organizar os seus bailes com UM ANO DE ANTECEDÊNCIA.
EM 1882
Foi neste ano que o COMÉRCIO iniciou o costume de fechar as portas na TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL, a partir das 13 horas. O CARNAVAL DE MÁSCARAS e o DESFILE DOS CLUBES ficavam, então, mais animados depois das 14 horas.
SURGE O CLUBE CARNAVALESCO FANTOCHES DA EUTERPE

Fundado em 9 de Março de 1884, por um grupo de jovens da antiga Sociedade Euterpe, esse clube carnavalesco foi apelidado de "FANTOCHES". O grupo era encabeçado por quatro figuras da alta sociedade: Antônio Carlos Magalhães Costa (bisavô de ACM), João Vaz Agostinho, Francisco Saraiva e Luís Tarqüínio. (seu primeiro presidente)

O POVO É QUEM JULGAVA

Na época, não havia uma comissão julgadora para estabelecer quem vencia os desfiles e o julgamento era determinado pela imprensa, que media a aprovação da população através dos APLAUSOS.
O CRUZ VERMELHA, mais popular, vencia sempre, pois o FANTOCHES, mais ligado à aristocracia, tinha um apoio bem menor. Todas as outras entidades representavam a classe média.

OS INSTRUMENTISTAS

OSMAR tocava a famosa "GUITARRA BAIANA", de som agudo. DODÔ era responsável pelo "VIOLÃO-PAU-ELÉTRICO", de som grave. E ARAGÃO tocava o "TRIOLIM", como era conhecido o violão tenor, de som médio. E assim estava formado o trio musical mais famoso do CARNAVAL DE SALVADOR.

Marie Lara 6º A