Palavras Entressonhadas

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Nau Catrineta


A Nau Catrineta era contada oralmente, tendo sido recolhidas várias versões por vários escritores. Esta foi recolhida por Almeida Garret, sendo das mais completas versões que se conhece.

Conta a viagem da nau portuguesa que, em 1565, transportava Jorge de Albuquerque Coelho para Lisboa.

Lá vem a nau Catrineta

Que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar.


Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.


Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija
Que a não puderam tragar.


Deitaram sorte à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.


Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal.


"Não vejo terras de Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar".


Acima, acima gajeiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal


"Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terra de Espanha,
Areias de Portugal.


Mais enxergo três meninas
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar".


--Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar.


"A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar".

-Dar-te-ei tanto dinheiro,
Que o não possas contar.


"Não quero o vosso dinheiro,
pois vos custou a ganhar!

-Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual.

"Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar".

-Dar-te-ei a nau Catrineta
Para nela navegar.

"Não quero a nau Catrineta
Que a não sei governar".

Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?

"Capitão, quero a tua alma
Para comigo a levar".


Renego de ti, demónio,
Que me estavas a atentar!
A minha alma é só de Deus,
O corpo dou eu ao mar.


Tomou-o um anjo nos braços,
Não o deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;

E à noite a nau Catrineta
Estava em terra a varar.







terça-feira, 12 de abril de 2011

Continuação de "Nau Catrineta"


  • O capitão-general

  • Lá levou a Nau Catrineta

  • Para a sua terra.


  • Chegou a casa

  • E foi logo comer

  • Uma bela jantarada.


  • E no dia seguinte

  • Foi novamente para o mar.

  • Mas desta vez levou comida.


  • E lá está a Nau Catrineta

  • Outra vez a navegar.

Joana Rosado, nº12, 5ºD

Continuação de "Nau Catrineta"


  • No dia a seguir a Nau Catrineta

  • Partiu em viagem

  • Para procurar

  • Praias de Portugal.


  • Mas de seguida apareceu

  • Um enorme monstro

  • Que roubou a comida toda.


  • Quando o capitão-general

  • Viu, começou a gritar:

  • -Vamos embora.

Miguel Revés, nº 19, 5ºD

terça-feira, 29 de março de 2011

"Nau Catrineta" - O Reencontro

(continuação)

  • Quando o general chegou

  • Sorriu contente

  • Para todos olhou

  • Finalmente estou presente”


  • À mulher disse:

  • “Que saudades tinha!”

  • Às filhas perguntou:

  • Tinham saudades minhas?”


  • As filhas emocionadas diziam:

  • “Que saudades pai!

  • Não sabíamos o que te faziam,

  • Mas rezávamos todos os dias.”


  • Depois desta aventura

  • Foi logo descansar

  • No seu lar com ternura

  • Para poder repousar.

Ana Rainho, Nº3, 5ºA

Nau Catrineta


Lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar

Ouvide agora, senhores, uma história de pasmar:


Passava mais de ano e dia, andavam na volta do mar,

Já não tinham que comer, já não tinham que manjar.


Deitaram sola de molho para o outro dia jantar;

A sola era tão rija, não a puderam tragar.


Deitaram sortes à ventura quem haviam de matar,

Logo foi cair a sorte no capitão-general.

_ Sobe, sobe, marujinho, em cima, ao tope real,

Olha se enxergas Espanha ou areias de Portugal.


_ Não vejo terras de Espanha, nem praias de Portugal,

Vejo sete espadas nuas que estão para te matar.


_ Acima, acima, gajeiro, acima ao tope real!

Olha se enxergas Espanha ou praias de Portugal.


_Alvíssaras, capitão, meu capitão-general

Já vejo terras de Espanha e praias de Portugal;

Mais, enxergo três meninas debaixo de um laranjal,

Uma sentada a coser, outra na roca a fiar

E a mais formosa de todas está no meio a chorar.


_ Todas três são minhas filhas, oh! Quem mas dera abraçar!

A mais formosa de todas contigo há-de casar.


_ A vossa filha não quero que vos custou a criar.

_ Dar-te-ei tanto dinheiro que não o possas contar.

_ Não quero o vosso dinheiro que vos custou a ganhar.

_ Dou-te a Nau Catrineta para nela navegar.

_ Não quero a Nau Catrineta que eu não sei governar.

_Dou-te o meu cavalo branco, nunca houve outro igual.

_ Não quero o vosso cavalo que vos custou a ensinar.

_ Que queres tu meu gajeiro, que alvíssaras te hei-de dar?

_Capitão, quero a tua alma para comigo levar.

_ Arrenego de ti, Demónio, que me estavas a tentar!

A minha alma é só de Deus;

o meu corpo dou eu ao mar.


Toma-o um anjo nos braços, não o deixou afogar.

Deu um estoiro no Demónio, acalmaram vento e mar.

À noite, a Nau Catrineta já estava em terra a varar!

Versão de Matilde Vieira, recolhida na Madeira por Pere Ferré