Zé das Moscas – (distraindo-se a matar as moscas como habitual, não olhando para as ovelhas: uma cai para o
barranco e parte uma perna.) – Ó pá, raio da ovelha, (jóia) tinha logo que partir
uma perna na hora do almoço da minha mulher! Vamos ao veterinário depois de eu
almoçar.
Veterinário – Ora seja bem-vindo, amigo Zé das Moscas, diga o que deseja rápido. (diz ele tapando o nariz com uma mão e com outra mão enxotando as moscas.)
Zé das Moscas – Estava a pastar as ovelhas, quando
a ovelha (jóia) caiu para um barranco e partiu a perna.
Veterinário – Ok, amigo Zé das Moscas, pode ir
para casa tomar um banho que eu trato da ovelha (jóia).
Zé das Moscas – (já saindo do consultório do
veterinário, diz ele) – Eu não cheiro assim tão mal, só não tomo banho há um ano.
(descuida-se a dizer isto enquanto passava pelo comandante da polícia).
Comandante da Polícia – Ó senhor cidadão, se não se
despachar a dar um banho vai ter que me acompanhar ao posto da
policia.
Zé das Moscas – Assim seja, senhor comandante da
polícia, vou acompanhá-lo.
(faz um
gesto a apontar para a porta do carro para o Zé entrar. Quando chegaram ao posto
da polícia os agentes pediram ao capitão da polícia para o levar dali para
fora.)
Comandante da Polícia - Como está a ver não se pode estar
ao pé de si com o cheiro que deita. Vamos marcar uma audiência, pode ser amanhã?
Zé das Moscas – Sim, claro.
(No dia
seguinte.)
Juiz – O Senhor hoje está muito perfumado! Dou como terminada esta
audiência (bate o juiz com o martelo de madeira na mesa).
Coro com respetivo
corifeu – Dou
como terminada esta audiência!
(Ao saírem
do tribunal, Zé das Moscas agradece ao Manuel da Boina que lhe derramara os garrafões de amaciador encima)
Manuel das Moscas – Obrigado, amigo Manuel da Boina, por
me teres livrado de ir para a prisão.
Rute Afonso
Nº17 6º A