Palavras Entressonhadas

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Lenda dos Sete Ais


Esta lenda tenta explicar o nome atribuído a uma localidade do Concelho de Sintra - Seteais.


Há muito tempo atrás, no ano de 1147, no reinado de Dom Afonso Henriques, durante a reconquista, havia um jovem cristão, Dom Mendo de Paiva, que se apaixonara por uma bela moura.

Esta tinha ficado esquecida no castelo. O seu noivo Aben-Abad fugira durante a batalha.

Ao tentar escapar com a sua aia Zuleima, a  princesa Anasir soltou o primeiro ai ao ver Dom Mendo de Paiva;  a sua aia Zuleima pediu-lhe para não voltar a soltar um outro ai sem explicar a razão do seu pedido. Mas, ao ver o exército a aproximar-se, a princesa não se conteve e deu outro ai.
Dom Mendo disse-lhe que se Anasir se recusasse a partir  com ele, separava-a da sua aia. Ela, assustada, não resistiu e soltou o quarto ai.
Dom Mendo levou-a para sua casa para a esconder de todos.

Passado algum tempo a casa começou a ser rodeada por mouros. Zuleima, a sua aia, receava que fosse Aben-Abad, o seu ex-noivo, que embora a tivesse abandonado durante a fuga, vinha castigá-la, vingando-se daquilo que ele considerava ser uma traição.

A aia contou a Dom Mendo que uma feiticeira lhe dissera  que Anasir ao pronunciar o sétimo ai morreria. Ela, curiosa, ao ouvir  a conversa, soltou o quinto e o sexto ai. Zulmira ficou desesperada, mas continuou a não revelar o seu segredo à princesa.

Mais tarde, Dom Mendo teve de partir para uma batalha.
Passados sete dias, Aben-Abad apareceu em casa de Anasir e esta soltou o sétimo ai e o mouro espetou-lhe um punhal no peito.

Dom Mendo,  enlouquecido pelo sofrimento, tornou-se no mais temido caçador de mouros do seu tempo.


Reconto realizado pelo 5º D

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fura e Tena - uma lenda da Colômbia

Em tempos que já la vão, o Deus Are resolveu criar o primeiro homem e a primeira mulher. Ao homem chamou Tena e à mulher Fura. Para que fossem felizes, decidiu que viveriam em boa harmonia com a natureza e que teriam filhos, mas sem nunca envelhecerem! 

 Fura e Tena permaneceram portanto lindos, rijos, de pele esticada e cabelos viçosos durante anos e anos. 

 Certo dia, porém, apareceu um estrangeiro no vale dos muzcos e Fura deixou-se cativar pelo seu encanto. Esqueceu o homem com quem vivia há séculos, esqueceu os filhos, esqueceu o equilíbrio pacato que a vida lhe proporcionava e lançou-se nos braços do estranho! 

 O castigo dos deuses não se fez esperar. E que castigo terrível! De um momento para o outro, o tempo que não tinha passado abateu-se sobre Fura e sobre Tena, embora ele não tivesse culpa nenhuma. A pele de ambos engelhou, o cabelo embranqueceu, os músculos tornaram-se flácidos … 

Desesperado, Tena suicidou-se na presença da mulher. Ela largou num choro tão soluçado, tão infeliz, que os deuses se comoveram. 

 Não lhe devolveram a felicidade, mas transformaram as lágrimas em esmeraldas e os dois, em duas montanhas lindíssimas. 

 Nota: A lenda de Fura e Tena faz parte do património cultural da zona de exploração de esmeraldas da Colômbia e das duas montanhas: Tena e Fura. Dividindo-as em duas está o rio. Estas montanhas foram lugar de culto aos deuses e altar de sacrifícios dos índios Muzos. 

Realizado por: Fábio e Henrique, 5º D