Palavras Entressonhadas

quinta-feira, 23 de abril de 2015

                             Gustav Klimt – Macieira - 1912 (Óleo sobre tel

O nosso Mundo

   Há muito tempo vivia um homem com uma grande experiência de vida e expressava-a através do desenho.
   Um dia, o homem ficou a tomar conta do seu sobrinho mais novo e, enquanto este brincava, decidiu desenhar. Pegou na sua tela e nas suas tintas e ficou imóvel a observar a paisagem
    O menino, curioso, perguntou-lhe:
    Porque não pintas? 
  - Não pinto porque ainda estou à procura de inspiração - disse o homem, pensando ter esclarecido o miúdo.
   O miúdo regressou às suas brincadeiras e o homem ao seu trabalho.
   Quando o homem estava a dar os retoques finais, o menino interrompeu-o:
    - Não é isso que está à tua frente! Eu não vejo as coisas assim…
   Então, o homem respondeu:
   - Deus, quando pintou o mundo, não copiou…Criou-o ele mesmo como queria que fosse. Se ele pode criar o mundo, eu também posso criar o meu pequeno mundo.
   -E como é o teu mundo? - Questionou o menino.
   - O meu mundo não pode ser entendido por ti, tal como o teu mundo não pode ser compreendido por mim. – Respondeu o homem.
   -Isso quer dizer que todos temos um mundo? - Perguntou o menino.
   - Sim. Se não tivéssemos um mundo, não poderíamos sonhar. E para que serve um Homem sem sonhos? - Esclareceu o homem.
   O menino olhou para ele confuso.
   -Estás a ver aquela árvore? - perguntou o homem.
   -Sim - confirmou o menino.
   -Aquela árvore é uma macieira mas eu quero laranjas. Então eu fecho os olhos e como a maçã a pensar que é laranja. Ou seja, este mundo deu-me uma coisa mas o meu mundo deu-me o que eu queria.
   Entretanto a mãe do miúdo chegara
   -Adeus tio! – despediu-se o menino.
   -Nunca pares de sonhar, meu sobrinho! - Despediu-se o homem.
    Joana Monteiro - 6ºA - Nº11

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